sábado, 27 de junho de 2009

Dançando nas nuvens

Michael Jackson foi-se. Muita tinta, tempo e saliva ainda se vão gastar acerca dele, e é claro que também meterei a minha colher nesse angu, mas o farei com critério, e embasado em irrefutáveis pressupostos científicos da palpitologia e do achômetro. Michael era uma criança prisioneira no corpo de um adulto. As evidências a este respeito abundam: o rancho - com um parque de diversões encravado nele - que nomeou como a Terra do Nunca, em referência a Peter Pan, o menino que não queria crescer; a sua vozinha e trejeitos infantis, e a procura de outras crianças por companhia, que foi considerada como pedofilia. Posso estar enganado, e ele fosse mesmo um sátiro corruptor de menores, mas não creio que o sexo estivesse entre as suas cogitaçoes. Duvido que tenha tido alguma relação carnal, e se a teve foi tão traumatizante que não se dispôs a repetir a dose. Ora, direis, e os filhos atribuídos a ele? Direi eu que, se o dinheiro compra até consciências, também pode arranjar descendentes postiços. Tudo o que ele queria era brincar. Quando viu que seria inevitável tornar-se gente grande, tentou fazer parar o tempo. Mas o tempo não pára.

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