segunda-feira, 2 de julho de 2012

Um gigante que tomba

Soube hoje, pelo papai: o Romualdo ascendera para os Sagrados Campos de Manitu. Quando foram levar-lhe o café da manhã, ele já estava morto. O Romualdo era daquele tipo de pessoas que a gente pensa que vai estar sempre por aí, com a mesma aparência jovial e a mesma disposição. Para mim, ele era como uma daquelas árvores rijas, imponentes, centenárias, que nunca se vergam e parecem ser eternas. Fiquei surpreso quando, anos atrás, ele começou a manifestar os primeiros sinais de senilidade e decrepitude. Era estranho vê-lo vagar pelas ruas daquele jeito: esquálido, trôpego, balbuciante, desmemoriado. Guardarei contudo,para sempre, a sua imagem mais cativante: sorridente, majestosa, vivaz. Eu o honro e o respeito por isso. Fica em paz, meu irmão.

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