quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Rei roxo

O ônibus vinha se contorcendo, tentando driblar os onipresentes buracos da estrada de Quatro Bocas a Tomé-Açu, e eu estava nele, olhando sem ver a paisagem lá fora. Quase chegando à Goela da Morte, me surpreendi ao vê-lo no horizonte, tão altaneiro como uma pira olímpica, a sua cabeleira de fogo violeta sobressaindo-se em meio ao verdor da folhagem à sua volta. Fiquei tão encantado que o meu primeiro impulso foi me perguntar se a Riso, que é fascinada por ipês, já havia apreciado aquele espetáculo. Que belo farol a nos observar chegar e passar! Tenho que ir até lá, no terreno dos Fukushima, prestar reverência a este monarca da floresta, antes que a nossa ganância, ou então um raio que o parta, termine por tombá-lo fulminado.

Um comentário:

Fernando Barreto disse...

Quanta firmeza de propósito! Acabei nem indo lá nos Fukushima, para reverenciar o monarca da floresta. Desculpem.