quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Tropas estelares

Ontem, no corredor de casa, havia uma punha-mesa. Havia uma punha-mesa no meu caminho. Uma punha-mesa é um inseto tão verde e esquisito quanto certamente só um marciano consegue ser. É evidente que ele acabara de despencar da sua nave, porque ainda estava meio baratinado, as antenazinhas pra lá e pra cá, fazendo o reconhecimento do território inimigo. Temeroso de que ele quisesse instalar-se em algum dos quartos, fechei todas as portas de acesso e fui cuidar da minha vida. No outro dia, de manhã cedo, lá estava o corpo dele estirado no chão da sala, teso, imóvel, os tentáculos estendidos para cima. Fiquei ali, olhando o finado, e ruminando por que, ontem, ao invés de evitá-lo, temendo por minha segurança, eu não o coloquei sobre o meu braço, para senti-lo e apreciar o seu caminhar...

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