quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Uma razão para viver

Há dez anos de cama, padecendo de uma distrofia muscular progressiva, Inmaculada Echevarría, uma enfermeira espanhola de 51 anos, pediu e obteve, com o apoio da Associação Direito de Morrer Dignamente, autorização judicial para que o respirador mecânico que a mantinha viva fosse desligado. Ela faleceu na noite de 14 de março de 2007, em Granada. É cômodo e bonito falar em perseverança e constância quando não estamos confrontados com a dor, o imobilismo e a carência, e é somente o acatamento a esta verdade que me permite louvá-la por sua firmeza de ter ido até onde, provavelmente, muitos de nós não conseguiríamos chegar. Além do mais, a trilha dos seus sofridos anos percorridos é a prova mais cabal a oferecer de que não se pode dizer que ela não tenha feito o que pôde, que não tenha tentado, e que nenhum de nós é insuspeito de dizer que poderia ter feito mais, e melhor. Tudo bem. Mas, que falta não faz, nessas horas, uma Associação Direito de Viver Dignamente, para nos ajudar a manter-nos vinculados à Fonte perene de Amor, Sabedoria e Poder, nela confiar e saber esperar...

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